Ilha do Caju - Ma

Ilha do Caju - Ma

A Ilha do Caju está localizada a noroeste do Delta do rio Parnaíba, no município de Araioses-MA, a cerca de 50 km da cidade de Parnaíba-PI, entre as 80 ilhas e ilhotas que formam o maior e único delta das américas, em mar aberto. Com extensão de 10.139,3 ha, dos quais 35% de mangues, 12% de dunas, 23% de matas, 20% de campos e 10% de salgados. A ilha está situada a 2ª45' de latitude, abaixo da linha do Equador e 42º05' de longitude oeste.

A Ilha do Caju é o resultado de cinco gerações de espírito ecológico, o que a torna única em todo o litoral brasileiro. Nessa imensidão, onde florestas de mangues se misturam a restinga e dunas gigantescas, permeiam cursos de água e vários exemplares da flora e fauna ameaçados de extinção.

Habitada primeiro pelos índios Tremembés - que, diz a história, eram valentes guerreiros, temidos em todo o Delta - a ilha era denominada de Pará-Mirim e Punaré. Os Tremembés foram catequisados pelos padres jesuítas, em forma de aldeamentos, e no ano de 1660, a ilha foi visitada pelo Pe. Antônio Vieira, que tinha o nome tupi de Pahy-Assú - o Pe. Grande. No dia 21 de abril de 1727, o cacique Manoel Miguel recebe a posse da ilha. Em 1758, Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de pombal, expulsa os jesuítas do Brasil, confisca todos os seus bens e ocasiona o desaparecimento dos aldeamentos indígenas do Delta.

Em 1776, a Ilha do Caju foi arrematada, em leilão, pelo criador de gado João Paulo Diniz que introduziu ali a pecuária. A carne bovina, era salgada e exportada para o Pará, para outras partes do Brasil e para Portugal.

Posteriormente, no dia 18 de agosto de 1847, o empobrecimento dos herdeiros de João Paulo Diniz, ocasionou a venda da ilha para o tenente-coronel Domingos José Gonçalves e sua esposa, dona Torquata da Cunha e Silva Castello Branco Gonçalves, por dois contos de reis, o equivalente a 250 cabeças de gado.

Após o falecimento do tenente-coronel Domingos José Gonçalves e sua esposa, a ilha passou a pertencer aos seus filhos, Dr. Malaquias Antônio Gonçalves e Dr. Sigismundo Antônio Gonçalves. com a morte de ambos, a filha do Dr. Malaquias, Eugênia Mendes Gonçalves d'Amorim torna-se a nova proprietária da ilha. Eugênia era também neta do barão João José de Rodrigues Mendes, casada com Alberto de Loyo Amorim, filho do barão da casa forte.

No dia 21 de julho de 1919, Alberto de Loyo Amorim, vende a ilha a um cidadão britânico casado com a sobrinha dos Drs. Malaquias e Sigismundo Antônio Gonçalves.

A Ilha do Caju assume sua vocação ecológica devido aos esforços de seus proprietários, que vem mantendo a ilha em seu estado primitivo e cultivando a harmonia entre o homem e a natureza, desde 1847. Lá é proibido a pesca predatória, a caça, o molestamento dos animais e o desmatamento. Àrea de Proteção Ambiental (APA) - decreto nº 11. 899/91, de 11 de junho de 1991.

A fauna é variada, nela se inclui tatus, cotias, gatos-maracajás, tamanduaís, tucanos, jacarés de papos-amarelos, guaxinins, veados, raposas, pica-paus, jacus, macacos de várias espécies, guarás, colhereiros, garças, jacus, marrecas,tartarugas marinhas (tartaruga cabeçuda), botos e muitos outros. Afinal, todos no delta sabem, que a Ilha do Caju é o refúgio destes animais, por ela ser a proteção natural de seu habitat.

Visando deter a marcha da devastação desse ecossistema rico e frágil, o respeito pela natureza e pelos hábitos da comunidade local são difundidos através de programas de educação ambiental e desenvolvimento sócio-econômico sustentável, que objetivam resguardar esse paraíso para o seu uso racional presente e para as gerações futuras.

1. VEGETAÇÃO E FLORA NA ILHA DO CAJU

O Delta do Rio Parnaíba caracteriza-se pelo seu grande número de ilhas e ilhotas, separadas uma das outras por um labirinto de canais de rio. Dentre elas distinguem-se, a ilha grande de Santa Isabel, no Piauí, e a ilha das Canárias, ilha do Caju e ilha grande do Paulino, no Maranhão.

As ilhas deltáicas mais distantes do mar, circundadas por águas doces, mostram-se marginadas por rhizophora mangle ( mangue vermelho), vez por outra associado com montrichardia linifera (aninga), e eichornia crassipes (baroneza ou água- pé). Divisam-se, no interior dessas ilhas, avicennia tomentosa, drepanocarpus lunatus, copernicea prunifera e astrocarium tucumoides.

Já as ilhas que se destacam em meio à massa de água salgada, apresentam na face onde se faz sentir a ação das ondas marítimas, uma faixa de dunas, a partir da qual começam a surgir espécies pioneiras - ipomoea pes-capre, ipomoea asarifolia, indigofera microcarpa, cassia tetraphylla e algumas espécies de gramíneas e ciperáceas. O restante do cinturão de contorno e as áreas mais interiores oferecem no geral, as mesmas características vegetacionais descritas em relação às ilhas do delta que povoam a água doce.

A ilha do Caju , por ser a única preservada, e, portanto, evidenciando-se como a de melhor representatividade em relação aos recursos naturais da flora e da fauna, preservados graças ao zelo, interesse e compreensão de seus proprietários, oferece a possibilidade de observação e estudo dos ecossistemas que ocorrem no delta.

Sob a influência da maré e dos ventos, formam-se, na face voltada para o oceano, dunas, onde surgem as primeiras espécies psamófilas e halófilas, seguidas de outras também psamófilas, porém, não tanto halófilas. por trás das dunas, desenvolve-se progressivamente uma vegetação de maior porte, acentuando-se a presença de uma mata arbustiva subcaducifólia, com alguns exemplares arbóreos esparsos. A parte do contorno destituída de dunas é ocupada por manguezal, que pode ocupar também partes alagadas e margens dos igarapés no interior da ilha. Constata-se, ainda, a presença de vegetação hidrófila, em pequenos lagos de água doce.

A sua vegetação, nada difere daquela que é própria do complexo litorâneo nordestino.

2. DADOS IMPORTANTES

- Ventos: agosto a dezembro;

- Temperatura média anual: 27º C;

- Humidade relativa do ar: 65%;

- Piscinas naturais entre as dunas (águas doces cristalinas): março a agosto;

- Guarás: abril a agosto;

- Animais: jacarés, raposas, veados, tucanos, macacos, pica-paus, tatus, marrecas, colhereiros, tartarugas marinhas, etc.

3. DEZ MANDAMENTOS

01º - Nunca alimente nem moleste os animais;

02º - Nunca arranque flores;

03º - Respeite os hábitos da comunidade local;

04º - Nunca deixe lixo nas trilhas - conserve-os consigo;

05º - Nunca ande descalço;

06º - Sempre use tênis ou botas nos passeios pelas matas;

07º - É estritamente proibido fumar fora da área da pousada. Evite incêndios;

08º - Nunca jogue baganas no chão;

09º - Qualquer anormalidade observada comunique à gerência;

10º - Preserve a natureza, com isso estará preservando a si próprio;